A morte de Osama: Vitória do povo Americano, Marketing Político ou Estopim de uma nova guerra?

Onze de Setembro de Dois Mil e Um, o mundo acordava e assistia nas televisões a noticia de que aviões eram lançados contra os principais prédios comerciais de Nova Iorque e contra a Sede das Forças Armadas Americanas: o World Trade Center e o Pentágono, respectivamente. Um outro alvo, a Casa Branca, residência e local de trabalho do então presidente George W. Bush, não foi atingido, graças à bravura dos passageiros que derrubaram o avião na Pensilvânia. Nesse dia, iniciava-se a maior caçada da história contra um terrorista.

Primeiro de Maio de Dois Mil e Onze, quase dez anos depois, o mundo mais uma vez se viu diante das televisões, desta vez dormiríamos com a notícia de que o mentor dos ataques terroristas e líder do grupo Al Qaeda, Osama Bin Laden havia sido morto por militares americanos no Paquistão. Terminava a caçada.

Já era madrugada nos EUA quando o presidente Barack Obama fez seu pronunciamento confirmando oficialmente a morte do terrorista. A reação do povo americano foi imediata. Minutos depois já havia uma grande concentração de pessoas em frente à Casa Branca comemorando o feito, na Times Square bem como no Marco Zero (local onde ficava as torres) ambos em Nova Iorque, a concentração era maior ainda. É curioso saber que a maior parte dessas pessoas tinha em torno de 20 – 25 anos, ou seja, eram adolescentes ou pré-adolescentes no ano do ataque. Durante todos esses quase dez anos, essas crianças foram alimentadas com lembranças de parentes, amigos ou mesmo desconhecidos, mas tão americanas quanto elas, que foram mortos por motivos puramente políticos. Hoje, já adultas foram às ruas comemorar a maior queda que seu inimigo poderia ter, a morte. Para a maioria fica o sentimento de justiça e dever cumprido. Uma foto que vi e que me deixou bastante pensativo, foi em que bombeiros liam a noticia da morte de Osama que era anunciada em um painel de LED e comemoravam, notei que não havia classes, não havia raça, não havia separações, naquela noite de Primeiro de Maio o povo americano era um só, vibrando com a morte de quem há passados nove anos causava dor, pânico e revolta.

Agora, verdade seja dita que quem mais ganhou com essa morte foi o presidente Obama que causou um forte golpe nos republicanos que aproveitavam a queda de sua popularidade pra iniciar suas campanhas para vencê-lo nas próximas eleições. E isso não estava distante não. O povo americano parecia perder a confiança em seu chefe e em suas propostas, já que Obama foi eleito como o “grande salvador” e não correspondeu nem a metade do que o povo esperava. Atualmente, sofre grande oposição no senado, o que dificulta mais ainda que seus planos sejam traçados. E eis que nos surge a pergunta que não quer calar: Terá sido mera coincidência o fato de que o procurado número um do mundo tenha sido morto justamente quando Obama enfrentava sua maior crise? Este é o momento em que teorias conspiratórias começam a surgir. Uns dizem que Osama não está morto, outros dizem que ele morreu a bem mais tempo do que foi dito e que o Governo aguardava o momento mais oportuno pra divulgar. Até agora o departamento de defesa não divulgou nada, nem fotos, nem vídeos, nem documentos. Teorias a parte, creio que esta seja uma mentira muito grande para ser contada, talvez fique com aqueles que dizem que ele morreu há mais tempo e é no mínimo razoável aceitar tal hipótese. Outro fato interessante é  como o corpo foi tratado. Segundo a Casa Branca, o corpo fora banhado e coberto com ungüentos específicos bem como enrolado em um pano branco, valendo-se cumprir o que diz a lei Islâmica no que diz respeito a funerais. Isso mostra uma preocupação do país com a Comunidade Islâmica e suas leis, ou foi apenas uma forma de não se indispor com os mesmos? O corpo foi jogado no mar, pois nenhum país gostaria de ter o terrorista enterrado em seu território, o que poderia causar uma possível peregrinação de radicais a esse tumulo, tornando-o um mártir, talvez esta tenha sido a melhor escolha. O fato é que Obama praticamente garante sua reeleição no ano que vem, pois já no final de seu mandato, torna-se enfim, o “Grande Salvador”.

Mas nem tudo são flores. Para muitos a morte de Osama pode desencadear uma onda de ataques. É provável que a Al Qaeda revide a morte de seu principal membro de alguma forma, e não será pequena. Há alguns dias atrás, o site especializado em vazar documentos oficiais, O Wikileaks, divulgou uma notícia afirmando que caso Osama fosse capturado ou morto, os integrantes da Al Qaeda explodiriam uma bomba nuclear na Europa, bomba esta que já estaria escondida lá e que causaria um verdadeiro “Inferno Nuclear”. Não tenho dúvidas de que a comunidade européia está em alerta máximo e de que a tensão deve tomar conta dos países que estão no Afeganistão junto com os EUA. O que era pra ser o fim de uma constante ameaça pode ser o início de uma onda de terror maior que a que foi instaurada por Osama.

O que nos resta é aguardar mais notícias, esperar as fotos e os vídeos e esperar que o suposto ataque não passe de blefe para que o mundo possa viver de forma tranqüila ao longo dos próximos anos.

Texto: Carlos Eduardo Andrade Dantas

Revisão: Gabriela Santos